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Carta aberta a Beethoven.

  • Foto do escritor: Raposa
    Raposa
  • 10 de nov. de 2017
  • 3 min de leitura

Beethoven, Bê, meu bebê,

Lágrimas, facilmente, rolam meu rosto desde que soube que você partiu, tudo está diferente e ainda parece mentira.​


O dia que você chegou foi um dos mais felizes da minha vida, eu abri a porta e a "surpresa" do meu pai era o cachorro mais lindo que já vi, eu gritei "BEETHOVEN" e você nasceu, meio assustado com essa mãe doida que tinha lhe aparecido. Desde o começo, quando eu conseguia te pegar no colo, quando você dormia do meu lado, quando você lambia, carinhosamente, meu pé... eu já sabia que tinha ganhado um novo melhor amigo.

Não me esqueço que, no início, te achava mega calminho, coisa que na verdade você não era, lembro de ter me assutado com a quantidade de xixi que você fazia, com o quanto de água que você bebia, mas nada disso importava, pois esses seus olhinhos puxadinhos já tinham conquistado meu amor.

Também não me esquecerei da forma como amava as canções que eu inventava e cantava pra você, muito menos do seu jeito único de andar, todo desengonçado, e (ah) como você amava correr, brincar de pique era a sua diversão, outra era se balançar pra jogar água por todo lado. Não me esquecerei das vezes em que você pulava em mim e puxava meu braço com a boca, quase me machucando, tudo para que eu sentasse no chão para brincar e fazer carinho nessa sua enorme barriga e, depois, como me "prendia" com o corpo para que eu não fosse embora, agora vejo que deveria ter ficado mais tempo. O seu latido grosso e forte podia até enganar os outros, mas a mim não, por dentro você era todo feito de amor.


Espero que possa me perdoar por ter ido embora, por não ter estado com você em todos os momentos, por não ter sido uma boa mãe muitas vezes. Tão levado como a criança que era e forte como um touro, matador de ouriços, implicante com os irmãos, assustava a todos de início e, depois, fazia qualquer coração frio se apaixonar. Espero que não tenha acreditado, nem por um minuto, quando eu dizia que você era terrível, ou quando eu brigava com você por qualquer motivo que fosse. Você era um grande cachorro, não apenas em tamanho.


Espero que onde esteja, que tenha um rio bem legal para você nadar que nem doido, uma torneira com água bem gelada para beber do jeito que gosta, alguém que possa te fazer carinho na barriga e embaixo do pescoço, um espaço bem grande onde você possa correr e brincar de pique, alguém para escovar o seu pêlo (a pelagem mais linda que já vi) e, claro, que tenha um pé de jambo, bem grande, para que você possa comer, eternamente, sua fruta preferida.

Obrigada por ter sido meu nesses dois anos, obrigada por ter enchido meu coração de amor, por ter me ensinado a amar, ainda mais, os cachorros, por ter me ensinado a te amar. Obrigada por ter feito parte da minha vida, por tê-la marcado com muito amor, alegria e baba. ​

Queria não chorar tanto mas tem uma lágrima toda vez que eu pisco, estou com muita saudade, meu gigante. Ainda parece mentira.

Com amor, daquela que vai sempre te amar.

Sua mãe.

*Memories of a life that's been loved*









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