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Sobre: Nárnia

  • Foto do escritor: Raposa
    Raposa
  • 24 de jul. de 2017
  • 3 min de leitura


Pra falar a verdade, eu não gostava de Nárnia, eu tinha visto um dos filmes quando mais nova e tinha achado chato. Até que, um dia, eu não tinha nada pra assistir na TV, nada de bom estava passando, mas estava "Nárnia: O leão, a feiticeira e o guarda-roupa", e comecei assistir, sem muita vontade, apenas por assistir. E foi quando me apaixonei, percebi quantos anos eu tinha perdido. Eu nem sabia que havia outras crônicas além das do filme.

Mandei mensagem pra uma amiga minha que eu sabia que tinha lido o livro e disse: "Eu preciso ler isso".

Foi assim, demorei pra ler o livro inteiro por imprevistos da vida e agora que acabei, sinceramente, me sinto perdida, sem saber o que fazer.

Desde quando eu li "O Sobrinho do Mago" eu me apaixonei, li em poucas horas, devorava cada página, e lembrei como eu amo livros de fantasia, em partes, até voltei a ser criança.

E com o passar das crônicas fiquei cada vez mais fascinada, tantos personagens incríveis, complexos, redondos, cheios de personalidade. Histórias que são pra crianças sim, mas tem muito nas entrelinhas. Não é aquele tipo de livro que você lê e já pode ter certeza de como vai ser o final. Não, ele te surpreende.

Óbvio, não vou mentir aqui, teve crônicas que eu li mais devagar, que foi mais arrastado pra mim, mas, no geral, tudo impecável.

As lindas lições de moral que se tem em cada história, como a da bela história de amizade e companheirismo em "O Cavalo e Seu Menino". Ou mesmo em "Princípe Caspian", em que o autor consegue mostrar que nem todos são o que parecem, e que todos são dignos de reconhecimento e respeito, como o rato Ripchip.

E as referências? Em "O leão, a feiticeira e o guarda-roupa", quando há aquela belíssima cena em que Aslam é morto e depois ele ressucita, eu até arrepiei. O autor utiliza de artifícios tão sutis para montar essas alusões, algumas eu nem tinha percebido, só descobri quando li em sites sobre.

Por exemplo, em "A Viagem do Peregrino da Alvorada" quando Eustáquio é redimido após se transformar em um dragão e ser "batizado" por Aslam nas águas de uma fonte, desde então ele muda completamente como personagem. E até no final deste livro quando aparece o leão como cordeiro que depois é revelado ser quem é.

Ou mesmo na primeira crônica, quando o leão cria Nárnia do zero. ​


E eu precisaria de um post inteiro só para as referências em "A Última Batalha", nas cenas do apocalipse, no país de Aslam que seria um verdadeiro céu, na ideia de que onde vivemos é apenas uma visão piorada do céu. Etc etc etc.

Me emocionei, principalmente no fim quando descobre que todos estão mortos e é por isso que eles encontram Ripchip, o fauno Tumnus, os reis Franco e Helena, entre outros.

Mas a história não termina aí, acho que para não deixar um clima tão pesado, o autor mostra que tudo o que lemos é apenas o começo da enorme aventura que ainda estava por vir.

Obviamente, Aslam é como Deus ou Jesus, e a forma como C.S. Lewis mostra isso é muito sutil e bonita, perfeita para crianças. Como na maravilhosa cena em que o leão diz aos meninos que no nosso mundo ele tem outro nome e temos que aprender a reconhecê-lo por aqui.

Não tenho palavras, se alguém ainda não leu, por favor, leia, você não vai se arrepender, eu prometo. Um livro envolvente, você, realmente, se sente dentro da história, vivendo a vida daquelas pessoas, sentindo o que elas sentem. Sem contar que cada crônica é bem curta, com uma linguagem fácil de ler.

Por fim, só tenho mais uma coisa a dizer, tomando as palavras de Brejeiro em "A Cadeira de Prata":

"Estou do lado de Aslam, mesmo que não haja Aslam. Quero viver como um narniano, mesmo que Nárnia não exista."


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