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Meu orgulho? Ou meu amor? Resenha: "Orgulho e Preconceito"

  • Foto do escritor: Raposa
    Raposa
  • 20 de ago. de 2018
  • 6 min de leitura


Há alguns meses li uma versão, em inglês adaptado, de "Orgulho e Preconceito" da autora Jane Austen. Apesar de ter gostado, não me dei por vencida, após a leitura daquele eu queria ler a versão original para, poder compreender melhor a história e tirar melhores conclusões. Logicamente, eu já sabia o desfecho do livro mas isso não tirou nem um pouco meu desejo de lê-lo inteiramente.

Este, da autora britânica Jane Austen é um clássico, romance de época, esta e outras obras da escritora serviram de inspiração para uma geração inteira, lançado em 1813 o livro ainda influencia muitos jovens escritores e leitores. Esta é sua obra mais famosa.

A história gira em torno de uma família do interior da antiga Inglaterra, os Bennet. Os pais, sr. e sra. Bennet, tinham 5 belas filhas todas com grandes diferenças de personalidade, da mais velha pra mais nova: Jane; Elizabeth (Lizzy ou Eliza); Mary; Catherine (Kitty); e Lydia. Apesar da história tratar sobre o destino de todas as jovens, a personagem principal é a segunda irmã, Elizabeth Bennet. Todas viviam na pacada cidade de Meryton, e, apesar de não terem grandes condições, o sonho da matriarca é ver todas as suas filhas bem casadas, com homens ricos. Na verdade, todas elas queriam se casar.

O ponto de mudança na história é quando chega um novo morador para uma das grandes mansões da cidade, o sr. Charles Bingley, um rapaz bonito e com bastante dinheiro. Imediatamente, ele se apaixona pela mais velha das filhas Bennet, Jane, não conseguindo se desgrudar dela. O que nada agrada as irmãs Bingley, visto que um casamento dele com uma moça pobre não traria benefícios à família. Outra pessoa vem para Meryton com sr. Bingley, seu grande amigo, o misterioso e arrogante, sr. Darcy, este gera antipatia em todas as pessoas da cidade, pelos seus modos e ares de superioridade aos demais. Apesar de Bingley e Jane estarem mutuamente apaixonados, sr. Darcy não vê ninguém na cidade com bons olhos, principalmente, a família da srta. Jane, julga todos com pouca educação e não considera nenhuma das filhas extremamente bonita ou talentosa o suficiente.

Um dia, sem motivo aparente, o sr. Bingley tem que ir à Inglaterra tratar de negócios e todos seus amigos o seguem, deixado para trás a pequena Meryton, eles prometem voltar mas esse dia parece nunca chegar. Jane se entrega a tristeza, o amado não lhe deu explicações nem lhe escrevera cartas ou algo do tipo, Elizabeth nutre raiva dele e de todos os seus amigos, principalmente, do sr. Darcy que ela considera orgulhoso e pretensioso. Por este motivo, por Lizzy o tratar tão diferente das demais moças, Darcy acaba por se apaixonar por aquela que ele considerava tão abaixo de si mesmo, ele entra em uma grande contradição. Suportaria se casar com alguém de origem tão pobre por amor?

Em meio a isto, militares chegam a cidade vizinha, pelos quais as mais novas Bennet, Catherine e Lydia irão se apaixonar perdidamente. As mais novas, também são as mais fúteis importando-se, única e exclusivamente, com roupas, aparências e bons maridos. Um dos militares, que muito impressiona a srta. Elizabeth é o sr. Wilkham, homem belo e inteligente. Em um dia, quando Lizzy comentava sobre os Bingleys e seu arrogante amigo, Wilkham lhe admite coisas horríveis que o sr. Darcy cometera contra ele. Lhe negara o direito, dado a Wilkham pelo pai de Darcy, de estudar como eclesiástico e receber uma pequena herança pelo resto da vida, deixando-o à beira da pobreza.

Elizabeth fica horrorizada, suas raivas pelo sr. Darcy são justificadas ao perceber que ele era, realmente, a pessoa horrível que ela julgava ser, talvez até pior. Ela até passa a acreditar que ele era a causa do sr. Bingley sair da cidade, era a tentativa de separar ele e Jane, apenas por esta ser de origem humilde.

Após algum tempo, Lizzy vai visitar a amiga recém casada, Charlotte Lucas, a qual vai morar na residência da rica e imponente Lady Catherine de Bourgh, para qual o marido de Charlotte trabalhava. O que Elizabeth não sabia era que Lady Catherine era tia de, ninguém mais ninguém menos, que o asqueroso sr. Darcy que acaba, eventualmente, visitando a tia durante o período que Lizzy está lá. Ela tem que aturá-lo, por mais que não o queira.

Durante a visita, em um dos últimos dias em que Darcy estaria lá, Lizzy está sozinha na casa de Charlotte quando este chega de repente. Ele afirma que a ama e que quer casar com ela, Elizabeth leva um choque, logo ele a amava? Mas, apesar das juras de amor, Darcy faz severas críticas à Elizabeth e a sua família durante o depoimento, além disso, parecia que sr. Darcy tinha certeza de que a srta. Bennet o aceitaria sem pestanejar. Lizzy percebe isso, além de se sentir humilhada quando ele fala, como se fosse um favor dele casar-se com ela, visto a diferença social e financeira dos dois.

Nesta cena Elizabeth lhe admite todas as verdades, fala de tudo aquilo que sabe sobre Darcy, como o considera orgulhoso e odioso, tudo aquilo que Wilkham lhe contou, a relação dele com o fim do relacionamento de Bingley e sua irmã e como tudo que ele lhe dissera agora só o tornara mais e mais desulmilde aos seus olhos. Darcy se choca, primeiramente porque imaginava que Elizabeth o aceitaria de prontidão, segundamente pelos horrores que ela diz em relação a ele. O homem vai embora incrédulo e raivoso para, no dia seguinte, deixar uma carta para a jovem, contando o seu lado da história.

Na carta ele conta, com riqueza de detalhes, a história dele com o sr. Wilkham, de acordo com Darcy, Wilkham mentiu para Lizzy ele tentara dar um golpe nos Darcy após a morte do patriarca e o filho Darcy o impediu. Também, explica outras situações como a do sr. Bingley com Jane, a qual ele admite sim ter separado os dois mas apenas por acreditar que Jane não amava o amigo com a mesma intensidade que o amigo a amava.

Elizabeth se vê encurralada, não sabe o que fazer, como proceder, em quem acreditar, teria Wilkham realmente mentido? Sr. Darcy a ama de verdade? Como contar esta história à Jane? O que fazer? Qual seria o seu destino agora?


A história é cheia de plotwists e o final tem muito de surpreendente apesar de ser o clássico "final feliz". O livro é de um ritmo rápido que eu não esperava para uma história de época, de leitura fácil e doce. Algo que percebi durante o livro é que todos os personagens carregam em si algum tipo de orgulho, algo em si ou em suas vidas que os levam a se sentir superiores aos outros, seja a beleza, o dinheiro, a inteligência, a esperteza, a família, etc.

Uma coisa que considero muito legal foi que Jane Austen "deu um fim" em todos os personagens, ou seja, apesar da história ter uma personagem principal o livro não girou totalmente em torno dela apenas, as histórias de todas as irmãs são muito interessantes e a autora explicou, no final, linha por linha o destino de cada um dos personagens, não restando nenhuma "ponta solta".

Eu esperava algo muito diferente do que li, esperava um livro difícil de ler, com a escrita mais elaborada e com a história mais "óbvia". O que me surpreendeu, encontrei um livro de leitura fácil para todos aqueles que se pretendem aventurar nela, como também, uma história muito mais "complicada" do que eu imaginava. Porém, apesar de ter gostado bastante, ela não entrou nos meus queridinhos da vida, como eu imaginei que entraria. Talvez por eu ter lido, recentemente, outro romance de época que amei muito, tenha ficado comparando os dois (o livro foi "A Senhora de Wildfell Hall" da Anne Brontë, têm resenha no blog!)

De qualquer forma, foi um livro que gostei, que me interessou e que eu li relativamente rápido, a história dos personagens principais é linda e angustiante, indico a todos aqueles que amam romances e histórias de final feliz. Gostei bastante de Jane Austen mas não amei, acho que não foi desta vez que fui surpreendida e que tenha me apaixonado.... Pretendo ler mais obras dela.

Para finalizar, comento esta edição lindíssima da Martin Claret, ela contém o texto integral e é muito bem feita, a capa e a contracapa são as mais lindas que já vi, todos os detalhes do livro foram muito bem pensados. No meio da história há uma folha com belas gravuras, além de um marcador de páginas de fita, que vem com o livro, as bordas da edição são rosas o que traz um charme especial para ela.

Por fim, caso não tenha certeza se vai gostar da história, pode ver o trailer do filme (maravilhoso, uma adaptação impecável) lançado em 2005: "Orgulho e Preconceito"


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