#LeiaNaToca: Leitura Conjunta "Os Miseráveis" - Semana 2
- Raposa
- 21 de jan. de 2019
- 6 min de leitura
Olá, queridos!! Como estão indo com a leitura?

Bem, admito que quando pego pra ler a leitura flui bastante mas, não sei na cidade de vocês, na minha está um inferno de tão quente. Por isso, não consigo muito ânimo pra ler, acho que é por isso que sempre leio mais nas férias de julho que nas de janeiro... Mas a Leitura Conjunta, #LeiaNaToca, continua firme e forte!
Caso você tenha caído aqui de para-quedas, clique aqui ou nos "Posts relacionados" para ler o post-convite desse projeto de leitura conjunta de "Os Miseráveis", de Victor Hugo. Estamos na segunda semana, a meta para esta era:
PRIMEIRA PARTE: Fantine
LIVRO V: A decadência
CAP. I: História de um progresso no ramo dos vidrilhos pretos (pg. 201)
↓ até
SEGUNDA PARTE: Cosette
LIVRO I: Waterloo
CAP. XIX: O campo de batalha à noite (pg. 402)
Não tenho como mentir e dizer que essa parte não foi difícil pra mim, porque foi, os últimos capítulos são arrastados demais! Logo falo deles, vamos do começo.
O Livro V, "A decadência", começa em 1818, com Fantine finalmente chegando na sua cidade natal, Montreuil-sur-Mer, logo após ter deixado a pequena Cosette aos cuidados de uma família de aproveitadores. Mas ela tinha razão quanto ao medo de não ser aceita por ter uma filha.
A cidade que ela cresceu havia mudado bastante nos últimos anos, graças ao Pai Madeleine, um senhor que chegou e mudou toda a cidade, dono de uma fábrica, fazendo-a prosperar rapidamente. Apesar das dúvidas quanto a ele, logo todos viram que ele era um homem extremamente caridoso, sempre fazendo o bem para todos, tanto quanto o Bispo Myriel que falecera em 1821, deixando Madeleine, que o conhecia, de luto. Pai Madeleine fez tão bem à cidade que, após alguns anos, foi convidado a ser prefeito.
Havia poucas pessoas, depois de algum tempo, que ainda suspeitavam do então prefeito, uma delas era Javert, um cara que levava a ordem acima de tudo. Não sei vocês mas eu achei esse personagem engraçadíssimo, eu sempre o imaginava muito cômico, como um detetive trapalhão ou algo parecido.
Nesse meio tempo, Fantine é admitida na fábrica do tal prefeito e começa a ganhar bem, sua beleza e felicidade começaram a causar certa inveja em algumas mulheres e uma delas, bisbilhotou toda sua vida até descobrir a existência de Cosette. Humilhada por todos, Fantine foi demitida da fábrica, em nome do prefeito, ficando na extrema pobreza e miséria, ainda tendo que sustentar uma filha que ficava cada dia mais cara.
Ó, se ela soubesse que todo aquele dinheiro não era empregado na menina...
Os Thenárdier exigiam mais dinheiro a cada vez, com a desculpa que Cosette precisava de roupas. Sem solução, considerando que ganhava poucos soldos por dia como costureira, Fantine vai até o barbeiro mais próximo, onde solta seus belos cabelos cor de ouro e os vende por míseros 10 francos. Ela ainda diz: "A vesti com meus cabelos."
Uma parte muito triste dessa história que só está começando a ficar triste. Infelizmente, senhor Victor Hugo estava muito econômico nas palavras e, ao invés de nos dar mais detalhes dos sentimentos de Fantine nessa parte tão crítica, conta tudo em míseras 3 linhas. Eu esperava mais!!!!!!!!! Eu queria mais!!!!!!!! Queria todo aquele drama vivido por Anne Hathaway! Admito que fiquei decepcionada.
Depois, os Thenárdier permanceram sem o mínimo de bondade no coração e exigiram 40 francos de Fantine, alegando uma falsa doença de Cosette. Como ela ia fazer, não tinha dinheiro para comer, para vestir, para ter onde dormir. Se seus cabelos lindíssimos lhe renderam apenas 10 francos, de onde tiraria 40? No mesmo dia, um dentista lhe ofertou 40 francos pelos seus dentes de pérola, ela não pensou duas vezes. Agora, careca e sem dentes, nada lembrava da antiga e bela Fantine.
Quando os Thenárdier, achando que ela estava com grana, pediram 100 francos para a "doença de Cosette", que nunca existiu, ela não viu outra opção. Fez-se prostituta. Vendeu sua alma para a miséria.
Novamente, sinto que Victor Hugo pecou muitíssimo nessa parte. Estava ansiosa por isso, esperando os sentimentos de Fantine, pensamentos, dúvidas, dores... Uma longa história... E tudo foi resumido em menos de 2 parágrafos. Custava muito desenrolar mais um pouquinho? Decepcionada!!!!!!!
Após isso, um dia, por conta de um acidente infeliz, Fantine é presa, acusada injustamente. Javert a prende e não ouve nenhum dos desesperos da moça. Mas o prefeito Madeleine ouviu, inclusive, ela contando que foi demitida da fábrica por ter uma filha. O prefeito, imediatamente, passa por cima da autoridade de Javert, libertando a moça e prometendo assumir todas as suas dívidas, inclusive, lhe promete Cosette de volta.
Logo, Fantine fica de hóspede na casa de Pai Madeleine, sendo cuidada 24 horas por dia por 2 freiras, visto que havia sido acometida de uma séria doença. Tudo que ela quer é a filha, mas os Thénardier, ao verem as contas serem pagas, acham que conseguem mais dinheiro e insistem em não devolver Cosette.
O prefeito Madeleine recebe a visita, inesperada, de Javert, o qual viera para lhe pedir desculpas. Ele havia denunciado o prefeito pois achara que ele era um de seus antigos prisioneiros, Jean Valjean.
OK! IMENSO PLOT TWIST, nesse ponto já saquei tudo e achei massa. Acertou nessa, Victinho!
Javert acertara sem saber pois quando fez a denúncia, lhe informaram que um homem chamado Champmathieu já era réu acusado de roubar maçãs e de ser Jean Valjean, o que agravava muito em sua pena. Por isso, fora pedir desculpas ao prefeito, achando que tinha se enganado.
Nesse ponto, ao saber que um homem inocente seria culpado em seu nome, Pai Madeleine, aka Jean Valjean, entra em colapso. Fica em dúvida do que seria correto de se fazer. Deveria entregar-se e liberar o pobre homem, com risco de ser preso novamente? Nem toda a bondade que praticara nos últimos anos lhe livraria da sentença, e ele sabia disso. Ou, não se entregar, pois com ele preso, todas as pessoas que dependiam dele, uma cidade inteira, voltariam à miséria. Ele recebe uma orientação, seria o bispo? Jesus? Deus? Não se sabe, o que se sabe é que ele decide se entregar.
Após uma longa viagem até a cidade em que o pobre seria condenado, Pai Madeleine assume, em frente ao júri, ser o verdadeiro Jean Valjean (inspiração para muito drama de novela das 9). Todos ficam incrédulos, ele conta sua história e diz que estará em sua cidade quando se acalmarem e resolverem prendê-lo. Champmathieu, que estava com a corda no pescoço, é liberto.
De volta à Montreuil-sur-Mer, Jean Valjean, despede-se de Fantine sem avisar-lhe que era uma despedida, voltando a lhe prometer a menina Cosette. Porém, tarde demais. Javert entra no quarto, em busca de prender Jean Valjean, mas Fantine acha que ele está lá para prendê-la, já muito debilitada, tem uma parada cardíaca e morre. Jean Valjean sofre com a morte daquela que ele tanto prometera em vida e, em morte, antes de ir, lhe faz mais uma jura aos sussuros.
Ao descobrir quem era realmente Pai Madeleine, a cidade logo esquece todas as boas ações do homem, e o condena como o pior dos seres humanos. Jean Valjean até vai para a cadeia, mas, na mesma noite, foge disfarçado para outra cidadezinha.
Complexo pensar que, mesmo após todas as boas-feitorias, Jean Valjean ainda é considerado como um miserável, indigno de pena. Parece que o perdão é mais uma mentira inventada pela bíblia.
Finalmente, fim da primeira parte, Fantine, e início da segunda, Cosette. Não me alargarei muito sobre o começo de Cosette porque este primeiro capítulo, onde paramos, é muito muito muito chato, entediante, exaustivo, insuportável. Ele conta, detalhadamente, sobre a Batalha de Waterloo, fala sobre lugares, combatentes, Napoleão e críticas a Napoleão, como ele mereceu a derrota pois contragia a Deus, etc.
Após a batalha, os ingleses vencem e um vagabundo encontra um oficial francês e o ajuda, esse homem era Themárdier.
NOME MUITO PARECIDO COM TheNárdier, os loucos que "cuidam" de Cosette, cadê a criatividade?
Ok, sobre essa parte, qual era sua obssessão por Waterloo, Victor Hugo??? Mais de 60 páginas contando sobre algo que ninguém que estava lendo "Os Miseráveis" queria ali. Se eu quisesse saber sobre Waterloo, eu leria num livro de história, até porque muito do que estava escrito ali era fantasiado. Um capítulo inteiro para apresentar um personagem, o Themárdier.
Fiquei muito decepcionada nessa parte, na minha opinião, Victor Hugo pecou muito em não dar a devida importância à história de Fantine, passando tudo "correndo", e essa parte super desinteressante ele se alongou por páginas a fio. Como disse antes, achei que fosse ter maior descrição nas partes de Fantine e suas tristezas, maior cuidado na escrita, parece que ele escreveu correndo sem dar muita atenção, direto ao ponto. Decepcionada, ele pegou uma das coisas mais incríveis de sua história e jogou no lixo pra dar atenção à Waterloo e, lembrando, ninguém que estava lendo queria aquilo.
Enfim, um pouco decepcionada com esse fim mas seguindo em frente, até as próximas 200 páginas!
Semana 03:
SEGUNDA PARTE: Cosette
LIVRO II: O Navio Orion
CAP. I: O número 24.601 torna-se o número 9.430 (pg. 403)
↓
SEGUNDA PARTE: Cosette
LIVRO VIII: Os cemitérios recebem o que lhes dão
CAP. VII: Onde se encontra a origem da expressão: ne pas perdre la certe (pg. 606)

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